24 abril 2011

Ontem foi mais um dia em que acordei - como de costume e apesar de tudo - disposta, musical e sensível e feliz por estar no 4º dia de R.A.
Aliás, sobrevivo graças as trilhas sonoras que tenho dentro e fora de mim  e às minhas superações, mesmo que discretas e íntimas.
Mas, no decorrer das horas, o mundo despertou e tudo foi perdendo a graça e o brilho, os sons e as cores, para dar lugar à enfadonha rotina imposta pelo que me cerca. Ou, pior, pelo que me cerco.
Tal insuportável (d)existência, lá pelas tantas e depois de cumprir minha jornada (sic!) doméstica, me fez mergulhar num livro mágico mas de pouco efeito naquele lodo escurescento em que tudo se tornara.
Adiantei as horas para que eu fosse logo dormir e, na tristeza, senti meu pai muito perto de mim.
No início, pensei ser a presença.
E logo me dei conta que o que eu sentia, na verdade, era a sua ausência.
Descarrilei num desamparo profundo e as lágrimas brotaram tão grossas e tão abundantes, que me perdi.
Pensei em ligar pra Psi pra ver se poderia aumentar alguma dose dos medicamentos.
Também pensei na minha Mãe-de-Santo, pedir um axé.
Ou na minha melhor amiga, que sempre me ouve.
Bastou lembrar que tenho a quem recorrer e que tarde da noite de um feriadão ninguém merece minhas lamúrias, para dar uma trégua aos meus poucos dias sem Rivotril.
Dobrei a dose e, apesar do barulho pra lá de provocativo, amoleci e dormi.

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